Sabe aquela música de criança “Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?”
Você sabia que ela possui outros versos?
No livro “Nossos avós contavam e cantavam: ensaios folclóricos e tradições brasileiras”, Ângela de Rezende Garcia reúne práticas e costumes culturais mineiros anteriores à década de 1940 entrelaçando-as com músicas e cantigas da época além de ilustrar as partituras das canções possibilitando uma experiência capaz de transportar o leitor para o passado.
Os versos não tão conhecidos de “Peixe vivo” deixam a música assim:
Como pode o peixe vivo
Viver fora d’água fria? (bis)
Como poderei viver?
Como poderei viver?
Sem a tua, sem a tua,
Sem a tua companhia (bis)
Os pastores dessa aldeia
Já me fazem zombaria. (bis)
Por me verem andar chorando,
Por me verem andar chorando,
Sem a tua, sem a tua,
Sem a tua companhia (bis)
Além dessa, a autora traz relatos das festas tradicionais e, inclusive, do natal. Segundo ela, o dia 24 era reservado para o “jejum com abstinência” e para a troca de presentes. Havia ainda a montagem de presépio onde o menino Jesus era colocado em palhas entre as imagens de São José e de Nossa Senhora. No Natal também era comum cantarem a seguinte canção:
“Nesta noite de Natal
Ninguém dorme no colchão:
visitar o Deus Menino
É a nossa obrigação.
Essa cousa que chamo
Munerê…
Prapanhola que chama
Prapanhola.
Os cânticos faziam parte de encenações do nascimento de Jesus, durante a visita da comunidade aos presépios.
O livro de Ângela Garcia resgata memórias e enriquece a cultura mineira com histórias cujos costumes, nem sempre, são vistos mais. Você pode ter acesso a esta obra publicada em 1949 e conhecer muitas outras cantigas e tradições, basta entrar em contato com o ICAM e viajar ao passado carregado pelas cantigas folclóricas de Minas Gerais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REZENDE, Angélica de. Nossos avós contavam e cantavam: ensaios folclóricos e tradições brasileiras. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Belo Horizonte, 1949.