Uma fantástica viagem: o advogado criativo

O mês de Agosto reserva uma homenagem aos advogados e talvez você se pergunte se os advogados são pessoas muito meticulosas e sérias, além de terem a escrita difícil e pouco imaginativa. Essa até pode ser a realidade de muitos magistrados, mas José Marques fugiu à regra e criou um livro que combina a realidade com a ficção de modo muito divertido e surpreendente. José Marques foi um advogado nascido em Caratinga no ano de 1925. Além de advogado, ele também foi administrador de empresas e trabalhou na administração pública e privada, tendo inclusive trabalhado em Bagdá em um escritório da Petrobrás. De início, ele nos recebe com a seguinte introdução:

“Há muitos anos que o Senhor Deus não convocava uma assembleia para tratar de um assunto como aquele, já há bastante tempo posto de lado, por ordem dele. Certamente, o Senhor de todas as coisas, o Divino Criador do Universo , devia estar de muito bom humor, apesar de serem muitas as razões que devia ter para não estar assim tão contente” (p. 9).

O livro “Uma fantástica viagem” de José Marques começa assim, misterioso e intrigante. Nos faz imaginar cenários dos próximos acontecimentos da história sem sequer pensar que tal assembleia no céu promoveria uma viagem ao passado com duração de um mês e com rígidas orientações sobre não modificar nada que pudesse interferir no futuro. 

O personagem “Marques” acaba fazendo uma viagem extraordinária ao início do século XX, visitando grandes personalidades como Olavo Bilac e Emílio de Menezes na Rua do Ouvidor na boêmia Rio de Janeiro. Ele até pondera a visita a Machado de Assis, mas opta por não ir já que o grande autor não andava de bom humor. Depois das visitas ilustres, ele decide ir até onde seus futuros familiares moravam, na Vila do Galho. 

A fantástica viagem carrega divertidas ilustrações e um mundo de possibilidades para todos que sonham em um dia viajar no tempo. José Marques acaba mostrando os lados não tão positivos dessa empreitada ao dizer: 

Percebeu que, de toda a sua incrível viagem, só restava mesmo a lembrança. Tempos depois, constatou que sua carteira não portava mais aquelas cédulas enormes fabricadas na Inglaterra. Ao invés delas, as desmoralizadas cédulas de cruzeiros, em véspera de virar de virar cruzados. Tudo tinha voltado à estaca zero (p.125).

Para saber todas as aventuras vividas por Marques, leia o livro que se encontra aqui no ICAM, siga as nossas redes e agende uma visita. Venha viajar ao passado também! 

 

REFERÊNCIAS

MARQUES, José. Uma fantástica viagem. Rio de Janeiro: Achiamé, 1991. 125 p.

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