Sabará e sua contribuição na cena literária

No final do século XVII, a cidade de Sabará começou a ser formada a partir da bandeira de Fernão Dias Paes e de Borba Gato em busca de esmeraldas pela região de Sabarabuçu. Antes deles chegarem, o capitão Matias Cardoso de Albuquerque ficara responsável por abrir caminho e encontrar um local favorável. Foi então que a região de Sabará se tornou ponto de descanso para a travessia dos bandeirantes que iniciaram a organização urbana para os moradores a partir de 1674. 

Em um primeiro momento, essa região foi chamada de Arraial da Barra do Sabará e, em 1711, se tornou Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, ligada à Estrada Real. Ao longo dos anos, a Vila do Sabará foi crescendo e chegou a ser Comarca do Rio das Velhas e ainda recebeu a Casa de Fundição, o que lhe proporcionou a expansão de suas atividades comerciais, angariando fundos que, inclusive, fizeram com que a vila pudesse enviar grande quantia para os movimentos da independência em 1822. 

Em 1838, Sabará finalmente passou a ser uma cidade e sua economia se manteve estável principalmente em razão da exploração de ouro por empresas estrangeiras como a Belgo-Mineira. Isso fez bem à economia, mas a industrialização acabou desfazendo a paisagem colonial da cidade, deixando em grande parte, apenas as construções religiosas como a Igreja Matriz. 

No espaço cultural, Sabará contribui não apenas com o famoso festival de jabuticaba, como também com a literatura. Um de seus autores mais conhecido é Aníbal Monteiro Machado, autor de “Cadernos de João”; “João Ternura”; ‘Brandão entre o mar e o amor”; “Parque de diversões”; “Vila Feliz”; “Histórias Reunidas”; “Poemas em Prosa”; “A morte da porta-estandarte,Tati, a garota e outras histórias”; entre outros. 

Aníbal Monteiro nasceu em 09 de dezembro de 1894 em Sabará e foi professor, contista e ensaísta. Depois de estudar Direito em Belo Horizonte, Aníbal começou a publicar alguns contos na revista Vida de Minas. Quando foi morar no Rio de Janeiro, sua casa se tornou ponto de encontro entre artistas e escritores. Machado é sempre lembrado por sua “intensa atuação intelectual”.

Em “A morte da porta-estandarte e outras histórias” foram reunidos seus 13 contos publicados, outrora, em jornais. A obra passa sempre por aspectos complexos como “pela frustração da fantasia do funcionário público,  pela do narrador post-mortem,  pela desagregação subjetiva que marca a vida dentro de um elevador”. 

Sabará, além de contar com sua rica e antiga história, pode ter, igual orgulho deste autor considerado, junto a Mário de Andrade, um mestre dos contos.  

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. História – Sabará (MG). Brasilia: IPHAN, [201?]. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1825 Acesso em: 24 junho 2024.

FRAZÃO, Dilva. Aníbal Machado: Escritor brasileiro. E biografia. [s.l.s.n.], [201?]. Disponível em: https://www.ebiografia.com/anibal_machado/ Acesso em: 24 junho 2024.

MACHADO, Anibal M. (Anibal Monteiro). A morte da porta-estandarte : e outras histórias. Rio de Janeiro: José Olympio Editôra, 1965. 248 p. (Sagarana ; 19)

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