Em julgamento realizado em outubro de 2016, a Coleção de obras raras da Biblioteca do ICAM foi reconhecida como parte da Memória do Mundo. É o primeiro acervo bibliográfico brasileiro a ser agraciado com o certificado Memory of the World da UNESCO, passando, portanto, a pertencer a esse seleto e importantíssimo grupo.
Entre as várias missões da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Ciência, a Educação e a Cultura, está a de promover a identificação e a preservação do patrimônio cultural de todo o mundo.
Para isso a organização criou dois importantes programas. O mais antigo, e mais conhecido deles, é o programa World Heritage, ou Patrimônio Cultural da Humanidade, destinado a identificar e proteger sítios históricos ou naturais e monumentos edificados especialmente valiosos para a humanidade. No Brasil, essa distinção já foi concedida a algumas localidades, entre as quais são especialmente caras para nós mineiros, as cidades históricas de Ouro Preto e Diamantina, Brasília e o conjunto arquitetônico da Pampulha.
Consciente de que grande parte da memória do mundo se encontra nas bibliotecas e nos arquivos espalhados por todo o planeta, a UNESCO criou, em 1992, o Programa Memory of the World (Mow), com o mesmo objetivo de identificar, registrar e proteger acervos documentais e bibliográficos considerados importantes para a Memória do Mundo.
“A Memória do Mundo é a memória coletiva e documentada dos povos, ou seja, seu patrimônio documental, que representa boa parte do patrimônio cultural mundial”.
Entre os documentos preservados com o apoio do programa encontram- se, por exemplo, a Bíblia de Gutenberg, a partitura original da 9ª sinfonia de Beethoven, a Carta de Pêro Vaz de Caminha e o Tratado de Tordesilhas. No Brasil já obtiveram o registro como Memória do Mundo, documentos e acervos documentais como a Lei Áurea de 1888 (Arquivo Nacional); a Carta da Abertura dos Portos, de 1808 (Biblioteca Nacional); os documentos originais dos Autos da Devassa da Inconfidência Mineira (Arquivo Nacional); Coleção Francisco Curt Lange de Documentos Musicais (Museu da Inconfidência-Ministério da Cultura); o Acervo documental da Comissão Construtora da Nova Capital de Minas (Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte); Fundo Câmara Municipal de Ouro Preto – 1711-1889 (Arquivo Público Mineiro), entre outros.