A valorização do queijo de leite cru

É impossível estar em Minas Gerais e não pensar, em algum momento, em queijo e nos seus variantes. Afinal, o melhor queijo do Brasil é sim, o mineiro. Que tal conhecer um pouco mais sobre uma de suas categorias: o queijo de leite cru? 

De modo descontraído, Manfredo Rosa em “Canastra, Araxá e Salitre: trilhas do queijo de leite cru” (2012), os caminhos da produção de queijo no estado apresentando os queijos feitos a partir de leite cru sendo o Canastra, Araxá e Salitre, mostrando as cidades que possuem o “jeito de fazer” reconhecido pelo Iphan. 

De acordo com Rosa, “A feitura do queijo artesanal mineiro é simples, mas carece de muito cuidado, repito. Embora esteja bem presente a motivação pecuniária, sobrevive na elaboração segundo a mesma prescrição básica, já lá se vão quase dois séculos, independentemente das mudanças sociais à sua volta. Sendo assim, desfruta de posição privilegiada na defesa de valores culturais nesta arena onde atuamos segundo um script de mudança constante e rápida das ‘verdades eternas’” (p. 113)

O queijo não representa apenas um tipo de alimento, mas sim toda uma prática cultural com origens antigas que proporciona empregos e formas de subsistência para o pequeno produtor. 

Se você vem ou já veio em Belo Horizonte, e teve a oportunidade de visitar o mercado central, o terceiro melhor mercado do mundo, com certeza viu e degustou dos mais variados queijos que lá existem. 

Além de comentar sobre a produção de queijos de leite cru, Rosa também conta aspectos da vida cotidiana dos habitantes das cidades por onde ele passa, incluindo fotos, casos e causos, e muita pesquisa histórica e sociológica. Passando pelas cidades de Araxá, Bambuí, Carmo do Paranaíba, Ibiá, Lagoa Formosa, Medeiros, Piumhi, Rio Paranaíba, São Roque de Minas, Tapira e Vargem Bonita. 

Manfredo Rosa, que é natural de Araxá, é formado em engenharia mecânica e também em Sociologia. Ele destaca que é essencial o apoio institucional para a manutenção do patrimônio imaterial, que são os queijos encontrados nessas regiões tanto para fornecer infraestrutura quanto para melhorar a regulamentação. Além disso, o estudo das origens, produção, tradições, receitas faz com que haja um maior interesse e preservação da cultura. 

E então, vai um queijinho? 

 

 

REFERÊNCIAS

ROSA, Manfredo. Canastra, Araxá e Salitre: trilhas do queijo de leite cru. Belo Horizonte: Edição do Autor, 2012. 336 p.

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